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📸 Foto: Divulgação
Pernambuco
Em 26 de Abril de 2024 às 14:14
Violência e insegurança pública: é como um pesadelo de ficção científica

É como se tivéssemos acabado de acordar de um pesadelo, cujo conteúdo surreal tivesse saído das usinas da indústria cinematográfica de Hollywood.

É como se o imponderável fosse algo corriqueiro do dia a dia, insculpido na sensação de um verdadeiro quebra cabeça, no qual ninguém se entende e todos se arvoram na condição de donos da razão. O resultado disso é a sensação de violência e insegurança, em todos os recantos do Estado e do País que, chegam até nós, na tempestade de notícias, vinda de toda parte, de todos os modos e por todas as mídias.

Exemplos disso não faltam e basta lembrar de alguns mais recentes. Quem imaginaria que apenas dois meliantes egressos de uma facção criminosa, saíssem de um presídio de “segurança máxima”, ensejando verdadeiro aparato de guerra, com mais de 600 homens (da Guarda Nacional), fora outros tantos da Polícia Civil, PF e PRF que, por quase dois meses consumiram milhões dos cofres públicos, a ponto de suscitar memes e chacotas, através da internet?

Ante o insucesso da caçada, voltam pra casa, com cara de tacho e nos deixam a todos sem resposta; resposta esta que só veio bem depois, com a prisão dos mesmos, a milhares de quilômetros do presídio de insegurança máxima, de onde fugiram. Estes, num sofisticado esquema de proteção e cobertura do crime organizado, estavam a um passo de escafederem-se para fora do País.

No papel de ator, em outras cenas do pesadelo, vemos aqui, na Província, a “justificativa” do Governo que, para rechear o cardápio da confusão entre o Palácio e a caserna, mede forças com a Tropa, cujo pano de fundo são umas tais de faixas salariais. Sob alegação revestida de “lamúria”, de que, com o aumento para a PMPE, o Estado irá desembolsar em torno de R$ 1,8 bilhão, como se o trabalho de policiais, em algumas circunstâncias fosse fácil. É como se a vida humana (que é o bem maior) fosse algum índice indexador de custo-benefício, no orçamento de quem deve cuidar das pessoas.

Mas, antes do “The and”, (antes que acabasse o filme), vimos no telão do pesadelo, figurões da República que, no panteão de suas vaidades, vomitam e vociferam entre si, publicamente, sentimentos e práticas antirrepublicanos, como se fossem donos do poder. Prova disso, são os benefícios escandalosos de setores das elites desse País, se comparados à situação dos cinturões de pobreza e miséria, situados na periferia e até dentro de nossas grandes cidades.

Com isso – apenas para exemplificar -, males como a pandemia da Covid-19 (que ainda não acabou), deu lugar a outra, ora em curso que, chamada de Dengue, cresce a olhos vistos. Aqui, mais uma vez a terceirização da responsabilidade já recai sobre os ombros de subalternos, como se o problema não fosse de todos.

Clarividente que, a presente reflexão circunscreve-se e encerra apenas alguns cenários, da apresentação dessa espécie de “ponta do ice berg“. Em nossas mentes cristaliza-se num como que, filme constitutivo de tremendo pesadelo, de uma noite que nos pareceu sem fim, de tanto ruim que foi e continua sendo.

A pergunta é a de sempre: até quando, essa violência e insegurança pública, que se nos apresenta como um pesadelo sofrido, numa noite mal dormida, tudo como uma espécie de filme de ficção científica? Até quando?

Rede Pernambuco de Rádios