logo
Em 22 de Fevereiro de 2021 às 08:22
Adaptação dos alunos na volta às aulas presenciais sob o viés psicológico

Professora do UniFavip Deysiane Macêdo alerta sobre o “novo socializar”, que requer esforços além dos protocolos sanitários, como acolhimento e apoio emocional

 

A retomada das aulas presenciais está cada vez mais evidente, mas ainda caminhando em passos moderados, devido à toda precaução que pede o momento diante da pandemia. Após meses de isolamento e ensino remoto, os esforços para o retorno dos alunos às salas de aula serão maiores e vão além dos protocolos de segurança sanitária. Será preciso acolhimento e apoio a todos os envolvidos no tocante ao fator emocional de cada um, dentro de um viés psicológico de voltar a socializar, como explica a professora do curso de psicologia do UniFavip, Deysiane Macêdo.

 

“A necessidade de isolamento social, enquanto ferramenta de prevenção diante da atual pandemia, trouxe inúmeros desafios sanitários, econômicos, sociais, subjetivos e também educacionais. A educação é sempre um processo social, pois exige uma rede interpessoal direta e/ou indireta no compartilhamento e produção de conhecimento. Essa matéria é um exemplo de como toda informação é endereçada de uma pessoa para outra”, ressalta a docente, que destaca também a importância dos fatores que estão associados a cada aluno na hora de absorver os conteúdos das aulas.

 

“É importante trazer algumas contribuições das bases sociais da psicologia educacional. A aprendizagem depende de diversos fatores, como atenção e interesse. Nós, como seres sociais atribuímos maior interesse a uma atividade quando ela está envolta em aspectos afetivos, sendo potencializada através de trocas socais. As relações humanas, a diversidade de perspectivas, os debates e o conjunto de bagagens de cada sujeito tecem espaços potencializadores, como no caso das salas de aula. Diante de crises, mudanças e novas exigências da realidade, o sujeito é convocado a lançar mão da plasticidade, que é a capacidade adaptativa frente às adversidades”, disserta a psicóloga.

 

A crise é o rompimento com a inércia, ela traz questionamentos que exigem atenção. O que é ser aluno? O que é ser professor? O que é sala de aula? Essas indagações nos levam a olhar a situação de maneira diferente, com reflexões importantes sobre o novo contexto social.

 

Diante de um novo ano e um novo semestre, ainda se faz necessário lidar com uma dura realidade, mas agora com uma certa experiência. A crise possibilita o sujeito a olhar para dentro, descobrir suas potencialidades e vulnerabilidades. "No contexto acadêmico é válido refletir sobre autonomia, responsabilidade, implicação e empatia, repensando a importância da comunicação verbal e não verbal, e criando estratégias para realmente se fazer presente. Assim, o sujeito deve estar atento à sua saúde, investindo em práticas de cuidado emocional”, finaliza Macêdo.

Rede Pernambuco de Rádios