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Em 19 de Novembro de 2020 às 16:11
Para FBC, Nilo Coelho esteve à altura dos desafios e trabalhou com altivez pela afirmação do Congresso

Com a presença de familiares e amigos de Nilo Coelho, o plenário do Senado realizou nesta quinta-feira (19) sessão especial em homenagem ao centenário de nascimento do ex-governador de Pernambuco e ex-presidente do Congresso Nacional. Nascido em 2 de novembro de 1920, em Petrolina, Nilo Coelho ficou conhecido como “governador da integração” – uma referência às obras estruturantes que integraram o Sertão às demais regiões de Pernambuco, como a construção da estrada que liga Recife a Petrolina e a ampliação da rede de eletrificação rural, que levou energia para mais de 200 distritos do interior do estado. 


No discurso, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) destacou a trajetória de Nilo Coelho como homem público comprometido com a justiça social e o desenvolvimento de Pernambuco e do Nordeste. “Somente um espírito arrebatado e impetuoso como o de Nilo Coelho seria capaz de transformar uma região árida como o Vale do São Francisco em um grande polo de desenvolvimento – um dos maiores do interior do Nordeste brasileiro – a partir da implementação dos perímetros irrigados. Este sim foi o maior legado de Nilo Coelho”, afirmou o senador, autor do requerimento para a realização da homenagem.


Fernando Bezerra também lembrou a passagem de Nilo Coelho pelo Senado, onde ocupou os cargos de vice-presidente, líder do governo e presidente do Congresso Nacional. “Esteve à altura dos desafios e responsabilidades que o momento histórico impunha. Hábil articulador político, soube ser líder. Não admitia bravatas. Impetuoso, não se deixava abater pelas dificuldades. Nunca se afastou da formação moral, do caráter reto e do compromisso com o bem comum. Na Presidência do Congresso, trabalhou com a altivez que lhe era característica pela afirmação do Parlamento Brasileiro. Lembro o episódio que selou o seu destino de grande homem público. Ao presidir sessão do Congresso em que se apreciava Decreto-Lei sobre a política salarial, contrariou os interesses de seu partido e proferiu a célebre frase: ‘Não sou presidente do Congresso do PDS; sou presidente do Congresso do Brasil’.”


O senador Antônio Anastasia (PSD-MG), que presidiu a sessão, leu uma carta do ex-presidente da República José Sarney ao senador Fernando Bezerra. “Fui estreito amigo de Nilo Coelho, tínhamos uma relação de amizade muito próxima. Peço-lhe que transmita à toda a sua família a minha manifestação do quanto a memória do Nilo Coelho ainda permanece muito viva em todos nós.”


Já o senador Eduardo Braga (MDB-AM) ressaltou a defesa da justiça social e o combate obstinado de Nilo Coelho às desigualdades regionais. “A desigualdade regional, que ainda hoje define o Brasil, compromete o desenvolvimento e a unidade nacional. Divide o País. Portanto, o equilíbrio federativo é um princípio a ser resguardado pelo Senado – Casa da Federação Brasileira”, disse. 


Também participaram da homenagem o deputado federal Fernando Filho (DEM-PE) e os senadores Eduardo Gomes (MDB-TO), Diego Tavares (PP-PB), Wellington Fagundes (PL-MT), Elmano Férrer (PP-PI) e Ney Suassuna (Republicanos-PB).

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