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Cabo
Em 10 de Agosto de 2022 às 06:52
No Cabo, Sociedade Civil Organizada e Gestão Municipal iniciam parceria para construção do Plano Municipal de Enfrentamento à Letalidade de Crianças, Adolescente e Jovens

Para minimizar a situação de insegurança aos jovens do Cabo de Santo agostinho, a Gestão Municipal, tendo à frente a Secretaria de Governo, sob a condução do vice-prefeito, Professor Arimatéia (PT), começa a firmar parceria com a Sociedade Civil Organizada como a Visão Mundial e a FOJUCA, na perspectiva da implantação do Plano Municipal de Enfrentamento à Letalidade de Crianças, Adolescentes e Jovens. As duas entidades, por meio de seus representantes, Derick Coelho e Glaubberthy Rusmam, tiveram a primeira reunião, na terça-feira (09/08), com a Gestão Municipal e apresentaram uma proposta inicial para a construção de um amplo debate em torno do tema.

De acordo com Derick Coelho, a proposta do Plano apresentada ao Governo foi construída a partir da realização de um seminário, em novembro de 2021, que surgiu de encontros de formação e rodas de diálogo realizados no litoral e Centro do Cabo, com o apoio de entidades como Centro das Mulheres do Cabo, FOJUCA, Coletivo Cabe Mais, Visão Mundial e CADI. “A partir do seminário foram elaborados eixos temáticos para nortear o Plano Municipal, que é um diálogo que vem acontecendo junto com o Fórum Popular de Segurança Pública, desde 2018, visando ampliar o debate da sociedade civil com o Poder Público na perspectiva da prevenção”, explica. Os eixos temáticos a serem trabalhados são:  1) letalidade juvenil, 2) Evasão Escolar, 3) Insegurança Alimentar, 4) Cultura como Prevenção, 5) Geração de Renda e Emprego.

Segundo Derick Coelho, a importância da realização desse debate são os indicadores da violência que elevam o Cabo à patamares críticos no quesito Segurança Pública. “Um indicador muito recente é que o Cabo é o terceiro município da Região Metropolitana do Recife (RMR) que mais sofre com a violência armada. O outro é ter o primeiro bairro da RMR que mais tem violência armada, que é Ponte dos Carvalhos. E um terceiro é ser considerada a cidade mais perigosa para jovem negro viver”, afirma, lembrando que os dados são do Instituto Fogo Cruzado e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. “Até o anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública de 2020, o Cabo era a segunda cidade brasileira com maior taxa de assassinatos”, acrescenta.

Professor Arimatéia reconhece a infeliz realidade, lembrando que ela na verdade ocorre hoje "pela falta de políticas públicas e sociais herdada de gestões anteriores", e sustenta que, por tudo isso, é que a Gestão Municipal atual irá provocar encaminhamentos e ações tendo como prioridade a prevenção à violência. “Para iniciar, estamos propondo a criação de um grupo de trabalho entre sociedade civil e o governo, contando com alguns secretários para realizarmos o diálogo e podermos desenvolver a pesquisa censitária que venho propondo e que já está em andamento”, realça. “Iremos utilizar os eixos temáticos aqui apresentados como base de construção e discutir o resultado da pesquisa, para que a partir desses dados seja incrementado ainda mais o Plano, vindo a se tornar uma proposta de política pública a ser efetivada”, assinala Arimatéia. “A parceria irá mobilizar governo e sociedade civil na busca de soluções. Isto começa a tomar forma a partir desse primeiro encontro, e a pesquisa irá facilitar uma compreensão da análise territorial, possibilitando a análise diagnóstica, e tornando possível concretizar de maneira mais ampla o próprio Plano”, conclui Derick Coelho.

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