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Em 09 de Dezembro de 2019 às 16:24
Que Brasil é esse ?

Eu estava vendo um desses grupos de whatsap e me deparei com uma situação, no mínimo inusitada. A conversa de um policial com um jovem de 14 anos, ou pouco mais que isso, detido e pedindo a ele que se regenerasse e procurasse um trabalho. Que saísse da vida do crime, ao que, de pronto, o garoto respondeu: -- Deixe de conversa que eu tinha um emprego numa oficina e ajudava aos meus pais. Comprava minhas coisas. Tinha tênis, celular, e tudo que um jovem deseja, mas aí veio a justiça e obrigou o  patrão a me demitir e quase era punido por me dar uma chance de ser um homem na vida. Arrumei, então, outro trabalho de feira e continuei ganhando meu dinheiro com o suor do meu trabalho. Poucos dias se passaram e aí que foi pior ainda com a justiça, por causa disso. Então eu lhe pergunto, eu tenho alguma opção, a não ser vender droga e roubar?

Senti isso na pele quando, há poucos dias, tive que afastar o meu filho de dezesseis e uma filha de treze anos e deixá-los em casa, no celular e fazendo nada, quando me ajudavam algumas horas, um dia ou outro, quando não tinham nenhuma atividade escolar e fui obrigado a afastá-los de dentro da minha escola que é vizinha de minha casa. Estou convivendo com a tristeza de meus filhos, todo dia, dizendo que se sentem inúteis e que não podem ajudar aos pais e nem cuidar do que é deles mesmo. Então, eu pergunto: Numa realidade onde o poder público não oferece nenhuma oportunidade de um curso técnico e nem prepara nenhum jovem pro trabalho, nem pros esportes, arte ou cultura; o que faremos com os nossos jovens? E o que oferecer pra que eles tenham alguma esperança de um futuro melhor?

Professor Jurandi é formado em Pedagogia e pós-graduado em Literatura e Língua Espanhola, além de atual Presidente da Câmara de Vereadores de Taquaritinga do Norte – PE.

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