Os deputados estaduais Romero Albuquerque, Clarissa Tércio e Joel da Harpa vão protocolar a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) para uma participação mais efetiva do legislativo estadual nas investigações do assassinato da menina Beatriz Angélica, vítima de 42 facadas em 2015, em Petrolina.

No último dia 11 de janeiro, seis anos após o crime, a Polícia Científica de Pernambuco informou ter identificado o suspeito de desferir facadas na garota dentro de um colégio no município. Marcelo da Silva, segundo a polícia, confessou o crime.

Os parlamentares apresentarão o pedido da CPI no retorno das atividades na Casa, marcada para acontecer no próximo dia 01 de fevereiro. Para o deputado Romero Albuquerque, as recentes declarações do acusado de que não é o responsável pelo crime, dias após ter confessado a autoria do assassinato, reforça a necessidade da investigação por parte do Legislativo Estadual.

“Estamos buscando respostas concretas a todas as perguntas. O suspeito veio a público dizer que foi pressionado e que não é o assassino, o que pode ser uma estratégia dos seus advogados. Essa não é uma pauta que caiba teorias da conspiração, mas a gente tem ouvido muita coisa das pessoas. E essa nova informação alimenta esses comentários. A CPI trará transparência às investigações", afirmou Albuquerque.

De acordo com a deputada Clarissa Tércio, a abertura da Comissão é necessária para buscar elucidar o caso de forma mais rápida e ampliar o repertório de informações sobre o ocorrido.

“O país testemunhou reviravoltas e mudanças bruscas no caso Beatriz, que no meu entender são estranhas. E por acreditar que o nosso trabalho poderá agregar às investigações, por respostas e por Justiça, lutaremos para que essa CPI aconteça e tragas resultados positivos. É o mínimo que como parlamentares podemos fazer para garantir a mãe e a família, aquilo que o estado se eximiu de fazer” explicou a parlamentar.

Na visão do deputado Joel da Harpa, o caso ainda está com uma série de lacunas que precisam ser preenchidas. A CPI, segundo o parlamentar, buscará responder várias perguntas que ainda estão pendentes.

“Afinal qual a verdade secreta do crime que chocou o estado? O acusado Marcelo da Silva é ou não o assassino? São muitas as perguntas sem respostas. Não somente a família da criança, mas toda a sociedade pernambucana anseia pela verdade dos fatos”, disse.

“Nossa experiência profissional como policial militar faz com que tenhamos um olhar diferenciado sobre os fatos”, afirma. O parlamentar acredita que se for comprovado que o resultado sobre o caso Beatriz foi forjado, medidas enérgicas devem ser tomadas para que os órgãos de segurança, em especial, a Secretaria de Defesa Social não caiam no descrédito. “Acredito também que o ideal seja a federalização das investigações.